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Pacientes com câncer hematológico podem desenvolver Covid-19 mais grave

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Para o especialista, o resultado do estudo indica que os pacientes hematológicos devem ter mais cautela e redobrar os cuidados.

Segundo pesquisas realizadas por especialistas britânicos, divulgadas pela revista científica The Lancet, pacientes portadores de câncer hematológicos mieloma múltiplo, leucemia e linfoma, ficam mais vulneráveis a desenvolver a forma mais agressiva de Covid-19, quando se equiparado com outros tipos de câncer, como pulmão, próstata e mama. Os cânceres hematológicos são aqueles originários das células sanguíneas: mieloma, leucemia e linfoma.

Para a realização do estudo, foram analisados 1.044 pacientes com câncer, de ambos os sexos, com idade entre 40 e 80 anos, infectados pelo novo coronavírus.

O hematologista Angelo Maiolino, coordenador do Comitê de Acesso a Medicamentos da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), realiza outra conclusão sobre o estudo internacional. “Esses pacientes hematológicos precisaram de mais suporte de terapia intensiva, o que implica também em uma taxa de mortalidade mais alta para esse grupo”. O estudo analisou 1.044 pacientes com câncer, de ambos os sexos, com idade entre 40 e 80 anos, infectados pelo novo coronavírus.

Angelo ressalta a relevância dos estudos também para os brasileiros. “Embora realizado no Reino Unido, temos a hipótese de que os dados do estudo podem ser extrapolados para o Brasil, refletindo um cenário semelhante por aqui. Ainda não há números nacionais a respeito do tema, mas a ABHH também está realizando um levantamento com participantes brasileiros”. Uma explicação apresentada pelo especialista para isso, é o fato de que os pacientes com esse tipo de câncer, apresentam um sistema imunológico mais baixo do que aqueles com outros tipos de câncer, devido aos tratamentos imunossupressores contínuos.

Para o especialista, o resultado do estudo indica que os pacientes hematológicos devem ter mais cautela e redobrar os cuidados para não ocorrer o contagio pelo novo coronavírus.

O médico ressalta ainda a importância em dar continuidade com o tratamento indicado, além de respeitar o distanciamento social e todas as outras medidas preventivas. “No começo da Covid-19, quando imaginávamos que viveríamos essa realidade por cerca de três meses, a comunidade médica se uniu para recomendar que os pacientes adiassem transplantes ou o início dos tratamentos. Com a extensão da pandemia, vimos que seguir pausando as terapias acarretaria em um prejuízo enorme para os diagnosticados”.