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Câmara Municipal de OP debate situação do Residencial Dom Bosco

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A erosão do terreno é um dos fatores naturais que tem colocado em risco a integridade do prédio.

Durante a 9ª Audiência Pública de 2021, que ocorreu no último dia 07, a situação do Residencial Dom Bosco, foi discutida. Localizado no distrito de Cachoeira do Campo, seus arredores vêm sofrendo erosão há muitos anos. O Residencial Dom Bosco, foi um empreendimento dos padres Salesianos, realizado há aproximadamente 40 anos. No entanto, com o passar dos anos o terreno foi se desgastando com os efeitos da erosão, sendo que atualmente 90% dos terrenos loteados possuem algum problema em seu solo.

A audiência foi requerida e presidida pelo vereador Kuruzu (PT) e contou com demais participantes e também o representante do Ministério Público, Daniel Rodrigues.  Os representes dos Salesianos, por sua vez não marcaram presença, se justificando horas antes do início da audiência. 

O ex-presidente da Associação de Moradores e advogado, Rogério Fernandes reafirmou a importância do loteamento para a expansão de Cachoeira do Campo e de Ouro Preto. “O Residencial Dom Bosco é uma preciosidade para Ouro Preto”, além de explicitar as questões judiciais referentes ao local. “Nós fizemos várias denúncias, junto ao Ministério Público, de questões ambientais, de ocupação irregular de terra, de abandono por parte do município e dos padres Salesianos. O que aconteceu foi que nós optamos por uma propositura de uma ação civil pública proposta pelo Ministério Público, onde se cobra toda essa responsabilidade também dos padres, que não se fazem presentes na reunião de hoje”, destacou.

O atual presidente da Associação de Moradores, Isaías Fernandes, também comentou sobre a pauta. “Nós estamos aqui para pedir providências aos Órgãos Públicos e aos Salesianos. Pagamos nossos impostos e contas como qualquer outro ouro-pretano. Não podemos mais continuar nessa situação, é muito desumano conviver dessa maneira, sem saneamento e com ruas esburacadas e cheias de mato”, frisou.

O vereador que presidiu a reunião, comentou sobre o descaso com o local. “Não queremos nada além da justiça para a região. No que depender dessa Casa, confiando nos meus colegas vereadores, a Inspetoria Dom Bosco terá de se explicar para a população. São cerca de 1000 lotes, são 1000 famílias, então essas terras devem cumprir suas funções sociais”, enfatizou. 

Segundo resultados advindos de pesquisas feitas por especialistas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Universidade Federal de Viçosa (UFV), há um retorno considerável das condições registradas no curso d’água antes do rompimento da barragem de Fundão, além de haver uma melhoria contínua na qualidade do solo, apontando dessa maneira que não existem empecilhos para a regeneração e cultivo na área afetada pelos resíduos.

O professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Carlos E. M. Tucci, desenvolveu uma pesquisa que concluiu uma considerável recuperação do Rio Doce.  A pesquisa faz uma simulação de dez anos a partir de 2020 com a aplicação de uma técnica de modelagem numérica. Utilizando um software, a técnica simula as características do meio ambiente, do curso d’água e da interação do sedimento com o resíduos com o passar dos anos nas partes afetadas da bacia do Rio Doce.

Segundo as considerações obtidas pelo estudo, em determinados pontos afetados do rio Doce, sobretudo o refluxo da Usina Hidrelétrica Risoleta Neves (Candonga), existe uma tendência ao retorno das condições de transporte de sedimentos que aconteciam antes do rompimento da barragem. Como conclusão, os estudos apresentaram dados que indicam que os valores de descarga de detritos tendem a se aproximar ou até já se aproximaram dos valores históricos medidos antes do desastre.

De acordo com as análises, em alguns pontos afetados do rio Doce, principalmente a jusante da Usina Hidrelétrica Risoleta Neves (Candonga), já há uma tendência ao retorno das condições de transporte de sedimentos que ocorriam antes do rompimento. Ou seja, de acordo com esse estudo, os valores de descarga de sedimentos tendem a se aproximar ou até mesmo já se aproximaram dos valores históricos medidos antes da ruptura desastre. Outro aspecto apontado, é que ao final dos dez anos simulados, quantia considerável dos rejeitos tendem a se consolidar com o passar do tempo, e com as ações de reparação da Fundação Renova, que proporcionam o crescimento da vegetação local e da estabilização do fundo dos rios afetados, com a formação da camada mais grosseira (areia, cascalho etc) dos sedimentos naturais.

 A pesquisa coordenada pela doutora Maria Catarina Kasuya, especialista em microbiologia do solo e professora da Universidade Federal de Viçosa (UFV), por sua vez, comprovou que o reflorestamento feito de maneira emergencial feita após o rompimento, acelerou o desenvolvimento da diversidade de microrganismos no solo, o que oportuniza o cultivo de mudas nativas resistentes a ambientes críticos. A pesquisa apoia a produção de mudas em viveiros na bacia do rio Doce afim de contribuir com o reflorestamento da bacia. Em Mariana e Barra Longa, viveiristas locais de trechos atingidos, utilizam a técnica em suas unidades de produção, com suporte da Fundação Renova.